Verão na Região dos Lagos: Aumento do lixo nas praias e a prática perigosa de alimentar gaivotas afetam a vida marinha

O verão na Região dos Lagos é sinônimo de movimento nas praias, atraindo turistas e moradores em busca de lazer. Contudo, esse aumento de visitantes resulta em uma grande quantidade de lixo acumulado nas areias, o que coloca em risco a biodiversidade costeira e marinha. Segundo o Instituto Albatroz, que se dedica à preservação de albatrozes e petréis nas águas brasileiras, o descarte inadequado de resíduos sólidos, como plásticos e isopores, é uma ameaça grave para a fauna local.

Esses resíduos, muitas vezes deixados nas praias, são altamente prejudiciais, especialmente para as aves e tartarugas marinhas, que podem ingerir os detritos. Essa ingestão geralmente leva a obstruções gastrointestinais fatais. Daphne Goldberg, médica veterinária e responsável técnica do Instituto Albatroz, alerta para a importância de um descarte consciente: “É fundamental que os frequentadores das praias se conscientizem dos impactos negativos do lixo e adotem práticas adequadas de descarte.”

Outro comportamento preocupante é a prática comum de alimentar gaivotas, muitas vezes incentivada por turistas que buscam fotos para as redes sociais. No entanto, essa atitude pode ser fatal para as aves. O Instituto Albatroz, que coordena o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, explica que a alimentação inadequada das gaivotas resulta em intoxicações graves, como botulismo, e problemas digestivos. “O sistema digestivo das gaivotas não é adequado para alimentos humanos, o que frequentemente as leva à reabilitação”, explica Goldberg.

As gaivotas, que são naturalmente atraídas pela presença humana em busca de comida, acabam deixando de pescar para consumir alimentos fornecidos pelos banhistas, o que afeta diretamente sua saúde. Goldberg complementa: “Muitas vezes, elas chegam ao nosso centro de reabilitação incapazes até de ficar de pé, devido à gravidade da intoxicação.”

Para situações emergenciais, o PMP-BC/ES está disponível através do número 0800 991 4800. O instituto reforça a importância de respeitar a natureza e os animais, mantendo as praias limpas e evitando práticas que possam prejudicar o ecossistema local.

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