Turismo ameaçado na Região dos Lagos? Secretários discutem futuro do setor em reunião estratégica

O futuro do turismo na Região dos Lagos foi tema de uma reunião estratégica realizada ontem (9) entre os secretários de Turismo de Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo. O encontro trouxe à tona desafios antigos, como a retomada do Aeroporto Internacional de Cabo Frio, e reacendeu debates sobre o impacto do turismo desordenado nas praias e cidades locais.

A retomada do projeto ABC do Sol, que integra ações conjuntas entre os três municípios, promete ser a chave para reverter a estagnação do Aeroporto de Cabo Frio, que perdeu relevância nos últimos anos. A proposta busca trazer de volta voos contínuos nacionais e internacionais, conectando a Costa do Sol ao mundo e fortalecendo o turismo regional.

“O aeroporto precisa se tornar o principal portal de entrada para turistas e clientes corporativos. Sem ele, não há crescimento sustentável no setor”, destacou Davi Barcelos, secretário de Cabo Frio.

Turismo em risco: praias lotadas e falta de controle

Outro ponto polêmico abordado foi a necessidade urgente de um ordenamento do turismo e estudos sobre a capacidade de carga das praias. As cidades enfrentam a ameaça de degradação ambiental e superlotação, problemas que podem afastar visitantes e manchar a reputação da região como um destino paradisíaco.

Para Thomas Weber, de Búzios, a união entre os municípios é indispensável: “Os turistas já fazem esse intercâmbio. Nosso trabalho é organizar e divulgar de forma eficiente para fortalecer essa indústria que movimenta a economia local.”

Empresas fora da lei?

A reunião também chamou a atenção para a falta de regularização das empresas turísticas nos três municípios. Muitos negócios ainda não estão cadastrados no Cadastur, programa obrigatório do Ministério do Turismo para garantir a classificação dos destinos como Categoria A. Sem essa regulamentação, as cidades correm o risco de perder incentivos e reconhecimento oficial.

Apesar do tom otimista dos secretários, o encontro expõe a fragilidade da cooperação entre os municípios e a dependência de um projeto como o ABC do Sol para alavancar o turismo regional. Para Junior Chuchu, de Arraial do Cabo, “essa interação é fundamental para o desenvolvimento ordenado, mas precisa sair do papel para gerar resultados concretos.”

Com uma alta temporada cada vez mais movimentada e uma infraestrutura que não acompanha o fluxo de turistas, o futuro do turismo na Região dos Lagos depende de decisões estratégicas e ações rápidas. A união entre Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo pode ser a resposta, mas será que ela será suficiente?

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