Justiça de Búzios marca para 8 de abril julgamento de acusado de assassinar turista argentina

Está marcado para o próximo dia 8 de abril, às 10h, no Fórum de Búzios, o aguardado julgamento de Carlos José de França, acusado de assassinar brutalmente a turista argentina Florencia Aranguren, de 31 anos, em dezembro de 2013.

A decisão final foi divulgada nessa semana, pela 2ª Vara Criminal de Búzios, que negou o pedido de habeas corpus solicitado pela defesa e manteve preso o réu, que irá à júri popular por homicídio qualificado, e pode ser condenado a até 30 anos de prisão.

Para negar o pedido da defesa, a 2ª Vara Criminal de Búzios também levou em conta, entre outros fatores, o resultado de exames de DNA que comprovaram que o material genético encontrado sob as unhas da vítima pertencia ao acusado.

Além de duas passagens pela polícia, por furto e lesão corporal, Carlos José de França foi condenado a 20 anos de prisão em 2014, por roubar e estuprar uma adolescente de 15 anos, em 2011, na cidade de Quipapá, no Estado de Pernambuco (PE).

 

Relembra o caso – O assassinato, que chocou o país na época, e ganhou repercussão internacional, com manchetes pesadas, especialmente na Argentina, aconteceu no dia 6 de dezembro de 2023, quando o corpo de Florencia foi encontrado em uma trilha que leva à Praia de José Gonçalves, em Armação dos Búzios.

Segundo relatos policiais da época, o corpo da vítima foi encontrado já sem vida ao lado do cachorro, com quem saíra para passear na manhã daquele dia, depois de sofrer 18 ferimentos provocados por objeto perfurante.

Pouco tempo depois, Carlos José de França foi preso pela Polícia Militar depois de ser detido por moradores de um condomínio próximo do local onde o corpo da turista argentina foi encontrado, quando tentava se lavar do sangue em suas roupas.

Ele apresentava lesões de arranhões, marcas de luta corporal, e manchas de sangue na roupa molhada, e na cueca, já que teria conseguido se livrar da camisa, que depois foram comprovadas por laudos posteriores como sendo sangue humano.

Câmeras de segurança no bairro José Gonçalves mostravam que, naquela manhã, Florencia passou por uma via caminhando com seu cachorro às 7h05, cerca de 23 minutos antes de Carlos José de França, que é flagrado no mesmo local, às 7h28, passando de bicicleta e boné branco.

Depois de preso pela Polícia Militar, Carlos José de França foi levado pelos agentes até o local do crime, onde o cachorro da vítima, que havia sido deixado sujo de sangue, preso à coleira, ao lado do corpo, reagiu imediatamente e de forma agressiva ao avistar o suposto autor do crime.

“Este comportamento chamou a atenção das autoridades, que notaram que o indivíduo detido apresentava sinais de luta recente, vestígios de sangue e roupas molhadas, possivelmente da lagoa próxima”, informou a Prefeitura de Búzios em nota, na época, descrevendo a participação do cachorro como “fundamental na identificação” do suspeito.

A 1ª audiência de instrução do julgamento de feminicídio aconteceu no Fórum de Búzios em 31 de janeiro de 2024, onde, por mais de 4h40, foram ouvidas 11 testemunhas de acusação e de defesa, entre elas, a irmã da vítima, Mariana Aranguren, além do próprio acusado de assassinato.

A decisão da 2ª Vara Criminal de Búzios atende à expectativa da acusação, de pedia que Carlos José de França fosse à júri popular ao ser julgado pela denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ).

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